data-filename="retriever" style="width: 100%;">Estamos às portas de novo ano pelo calendário gregoriano, o 2020. Isto importa em ansiedades, expectativas, desejos e algum debate.
O calendário é, tenho repetido nesta página, mera invenção da civilização humana. Vários existiram e alguns ainda sobrevivem. O nosso foi robustecido pela cultura ocidental a partir da formatação decretada por um papa em cuja homenagem ganhou o nome.
Ainda sobram temas em discussão como a contagem de décadas, séculos e milênios. Tenho convicção de que a primeira década começou no ano 1 e terminou no 10. A segunda década foi do 11 ao 20; a terceira do 21 ao 30; e assim por diante. A atual década, que é a 202ª dC (depois de Cristo) no calendário gregoriano, iniciou no ano 2011 e terminará em 2020. A próxima começará em 2021 e irá até 2030. Creio que seja a forma de contar predominante entre historiadores e matemáticos. Este tipo de dúvida foi bastante debatido na virada do século e do milênio. O século 20 terminou no ano 2000 e o 21 iniciou em 2001.
O segundo milênio também se concluiu no ano 2000 e o atual, terceiro milênio, começou em 2001. Todavia, há os que preferem contar do zero ao nove. No caso desta década, ela estaria terminando este ano e a próxima começando em 2020. Sinto certa preferência entre formadores de opinião em contar do zero ao nove e dizer que a presente década se encerra no dia 31 de dezembro de 2019, na próxima semana. De minha parte aguardarei o final de 2020 para falar em fim da década.
Alguns estudiosos preferem separar sutilmente o significado da expressão "anos tais" do conteúdo da palavra década. Por exemplo, os "anos 80" iriam de 1980 a 1989, mas a década seria de 1981 a 1990. Entendeu o detalhe? Complicado para leigos como nós.
De qualquer forma, há passagem de ano à vista e traz aquela tensão como quando se vai começar nova missão, trabalho importante, disputa esportiva. O calendário é inventado pelo ser humano, mas causa efeitos psicossociais significativos no indivíduo e nas coletividades. Por isto, formulamos votos de ano bom, de progressos, de bem-estar às pessoas.
Para mim, com idade avançada e problemas de saúde, a dúvida de chegar ou não ao seguinte final de ano é mais forte. No presente caso, agravada pelo significado de 2020 para este indivíduo: serão 75 anos de idade; 60 do discurso e despedida na conclusão do ginásio em Quaraí; 50 da formatura em Direito em Santa Maria também como orador da turma e de relevante mudança na vida pessoal; 45 do início de mandatos como deputado federal; 10 da dissecção na aorta que quase apagou a vida, superada pela competência de profissionais da saúde, mas gerou sobrevivência e menor vivência.
Enfim, ano para ser espreitado de mansinho, com cuidado e muitas interrogações. Parece ser um tanto assim também para toda a humanidade diante dos atuais desafios, incertezas e riscos. Mas, vamos com vigor e garra forjar um 2020 melhor.